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segunda-feira, 14 de abril de 2014

Indicação

Este livro é para os já mais crescidos. Uma história muito legal, sobre moças, príncipes, escolhas. 

A Cinderela mudou de ideia
Myriam Sierra|Nunila López

Interessante é que, geralmente, mesmo nas adaptações modernas dos contos de fadas, a máxima do "Casaram e foram felizes para sempre" ainda continua imperando. Este livro vai mais fundo na reflexão deste engano, que tanto mal ainda faz às pessoas. Isso tudo com humor, boa ilustração e excelente acabamento gráfico.
Recomendo.
Teca

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Uma Páscoa para lá de saudável!


(Esta coelhinha foi copiada do livro "Menina Bonita do Laço de Fita", da Ana Maria machado. É uma ilustração do Claudius e espero que ele não se importe de eu usá-la aqui. Não sei se ainda se encontra este livro, mas é muito bom!)

– Coelhinha da Páscoa, o que trazes pra mim?
– Um livro, dois livros, três livros assim...
Que tal inovar, nesta Páscoa? Presentear as crianças com chocolates não significa nada mais do que o óbvio. Além do mais, a quantidade de açúcar que eles contêm não é nada saudável, nós sabemos (mas preferimos ignorar).
Há tantos livros legais no mercado, que uma visita à sessão infantil da livraria mais próxima vai fazer a alegria das crianças da família, por muito mais tempo do que um simples, calórico, aditivado e banal ovo de chocolate. E olha que os livros são muito mais em conta. Procure autores como IvanZigg, André Neves, Roger Melo, Leo Cunha, Bia Bedran, Roseana Murray, Ruth Rocha, Ana Maria Machado, Stella Maris Rezende, Lígia Bojunga, Angela Lago, Eva Furnari... Nossa! Tanta gente boa!
Gostou da ideia? Então, só a título de aquecimento, aí vai uma história para ser lida junto com uma criança. Esta é curtinha e de graça.

Pedro, o Pensador
(Teca Barcellos)
Pedro caminhava sempre atento a alguma coisa e Joca sempre calculando a distância que ainda faltava para chegar.
 – Pedro! Presta atenção, senão vai tropeçar e cair. E anda pra frente, mais depressa, por favor.
Os dois voltavam da escola, pela estrada de terra batida. Joca tinha que acompanhar o irmão mais novo e cuidar dele pelo caminho, senão era capaz de ele se meter pelo mato e cair no rio, lá adiante.
Nesse dia, o Pedro ia apreciando borboletas. Havia dúzias delas, como que acabadas de chegar de viagem, passeando de flor em flor, pela relva da beira da estrada.
A relva era toda florida, mas as flores eram tão pequeninas que ele nunca havia reparado em sua delicada existência. Eram umas flores roxas, outras rosadas e até algumas furta-cor. As borboletas pousavam tão leves, que as flores mal se mexiam sob elas.
– Joca, quem fez as borboletas?
 – Foi Deus, Pedro. Deus fez tudo o que existe.
 – E para quê Deus fez as borboletas?
– Não sei. Isso só perguntando a ele. Vamos, Pedro! Estou com fome e vamos chegar atrasados pro almoço.
 – Acho que Deus fez as borboletas para enfeitar os caminhos.– argumentou Pedro, quase para si mesmo.
 – Eu não acredito que Deus iria fazer alguma coisa só pra enfeitar. Não faz sentido. – disse Joca. –As borboletas devem ter alguma utilidade na natureza. Minha professora disse que tudo tem utilidade na natureza. Deus não iria fazer as borboletas à toa. Vamos andar mais depressa.
– Mas, Joca, enfeite não é à toa.
– Claro que é, Pedro. Enfeite não serve pra quase nada.
Pedro estranhou aquela idéia do irmão:
– Eu acho que enfeites servem pra a felicidade dos olhos. Eu fico feliz quando olho pra essas borboletas. Deus deve querer que as pessoas fiquem felizes e faz esses enfeites no mundo.
– Pode ser, Pedro. Pode ser que seja pra enfeitar.
Os dois seguiram seu caminho, calados. Joca porque estava com muita fome e isso o deixava impaciente. Pedro porque ia pensando, imaginando, perguntando e respondendo para si mesmo o porquê das borboletas.

FIM

Por hoje é só. Até breve!


domingo, 16 de outubro de 2011

Festa Imperdível!!!

Olá!
No próximo dia 22 (outubro de 2011) haverá uma linda Festa Literária no Largo do Machado (RJ), promovida pela escola EDEM.  Tudo livre, grátis, alegre!
Eu, Maria Passarinho, estarei lá com minha autora Teca Barcellos, autografando, conversando, fazendo atividades divertidas, junto com o músico, contador de histórias, professor Joaquim de Paula. Ele estará apresentando seu livro/cd "Um barulho diferente na casa nova do coelho". Apareçam!
Abaixo o link do blog do evento, onde você encontra a programação completa.
Um beijão

http://festaliterariadaedem2011.blogspot.com/

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Salinha de Leitura

Oficina literária para jovens leitores

 Ler, escrever, criar, ilustrar, publicar...
Se você gosta de Literatura (ou ainda não sabe se gosta, mas quer descobrir), venha participar da nossa Salinha de Leitura.
Atividades:
ü Leitura de clássicos, poesias, contos de fadas, livros de imagem, crônicas, quadrinhos
ü Criação coletiva de personagens e histórias
ü Produção de textos próprios, em diversos gêneros
ü Ilustração
ü Debates – troca de idéias e experiências
ü Blog
ü Lanchinho – “Café Com Leite Literário”
ü Saraus literários e de poesia
Resultados esperados:
Compreensão da leitura; desenvolvimento da escrita expressiva e da auto-expressão oral; desenvoltura ao ler e falar em público; gosto pela leitura.
Ler pode ser uma paixão!
Coordenação: Teca Barcellos (escritora, ex-professora de Sala de Leitura da Rede Municipal do Rio de Janeiro, musicoterapeuta; professora de Música na Rede Particular do RJ)
Local: RJ
Contato e informações

quinta-feira, 17 de março de 2011

Encontro marcado

Apareçam e levem amigos. Vai ser muito divertido.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Maria Passarinho

Era um dia uma menina...


A menina, brincando no quintal, descobre que pode voar. E voa mesmo! Sem avião, sem medo, sem asas. Voa sozinha, com o desejo de chegar aos lugares distantes e descobrir os segredos que os adultos não contam.

Era então uma vez uma menina que voa de verdade, do jeito que muita gente sonha fazer. Essa é a história.

E lá vai a Maria Passarinho...

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Uma história sem título

Queridos leitores,


Sugiro que leiam, anotem e procurem no dicionário as palavras desconhecidas e discutam sobre o que acharam mais interessante no texto.

Uma história pode sempre render muitas atividades ou apenas ser lida...é livre.

Depois criem um título e um final.

Boa leitura.

Teresa

A história do rei cismado

Era uma vez um rei muito cismado. Novas idéias e manias a cada estação. Houve um tempo em que cismou com melancias. Todos os dias ele queria comer vários pedaços dessa fruta, que por ali não crescia. Então mandava vir de longe.

Outra vez foram malabaristas. Queria assistir diariamente a um espetáculo diferente, dos mais variados artistas dos malabares, vindos de regiões longínquas. Os preferidos eram os chineses, que empilhavam cadeiras no queixo e faziam rodar pratos enquanto dançavam numa perna só.

Ficou famoso o episódio da cisma com perfumes. Nesse tempo todos os súditos e até mesmo a rainha andavam com lenços no nariz, pois a quantidade de aromas aspergidos pelos ares era tanta, que todos viviam enjoados.

Mas a cisma de falar ao contrário ainda estava registrada nos anais do reino como a mais esquisita de todas. Essa foi uma complicação imensa, pois as ordens eram dadas e poucos conseguiam entender.

–Magrat o obob ad etroc! –gritava o grandioso monarca. E todos os fâmulos corriam pra lá e pra cá, como verdadeiros palhaços, o que divertia muito Sua Majestade.

Esta cisma de falar ao contrário surgiu numa brincadeira que o Primeiro Ministro ensinara à pequena Maribel, a filha mais nova do casal real. O rei achou aquilo muito interessante, pois parecia que eles falavam uma língua de outras terras e ele nunca havia aprendido nenhuma outra palavra estrangeira. Então estudou o “Ed sárt arp etnerf” com afinco real.

E como todas as manias iam e vinham ninguém se preocupou muito quando Sua Majestade cismou de aperfeiçoar as coisas por ali. No início foram as coisas do palácio. Tudo devia estar completamente limpo e brilhante. As vestes reais precisavam ser constantemente lavadas e engomadas, sendo imediatamente jogadas fora e substituídas por novas ao primeiro sinal de desgaste. As salas eram vistoriadas a qualquer momento, para que o rei se certificasse de não haver um mínimo grão de poeira sobre as mesas, nenhuma migalha de pão ou fio de cabelo pelo chão. Os jardins sem nenhuma flor murcha ou folha seca, sendo necessário mesmo se organizar detalhadamente o cascalho que cobria os caminhos.

Essa organização criou dezenas de novos postos de trabalho no palácio real. Eram servos e servas especializados nas mais detalhadas tarefas, para que tudo estivesse sempre perfeito.

Quando estavam todos pensando que a cisma logo seria substituída por outra, o rei mandou chamar seu Primeiro Ministro e ordenou:

–Precisamos levar a perfeição a todo o meu reino. Quero ser lembrado como o rei que transformou esta região num verdadeiro paraíso.

–Mas Vossa Majestade há de convir que seria uma tarefa quase impossível!

–Sim! Você disse bem, meu caro ministro. Quase impossível. É neste quase que mora a possibilidade. Se fosse uma tarefa impossível, sem quase, eu nem pensaria em ordenar, porque tenho consciência de não ser Deus. Este sim desconhece limites. Mas quase impossível representa que é uma tarefa muito trabalhosa, que assustaria a um Ministro preguiçoso ou covarde. Para isso eu teria também uma solução: mandar anunciar por todo o reino, imediatamente, que estamos à procura de um homem valente para ocupar o posto de meu caro e fiel amigo, que começou a ficar imprestável. O que me diz?

O ministro, desafiado, não teve outra alternativa senão aceitar o posto de “catador de defeitos” do reino. Sua tarefa era percorrer ruas, anotar o que não estava correto ou ajustado e mandar que se providenciasse a mudança.

Mas o rei não era nenhum tolo e sabia que seu intento só seria alcançado se conseguisse o apoio de todos os súditos, ou da grande maioria. Então resolveu começar pelas reformas que deixariam as pessoas mais felizes.

Tratou primeiro da limpeza das ruas. Contratou muitos varredores, que dia e noite cuidavam de manter tudo impecável. Jardineiros foram mandados para transformar qualquer pedaço de chão em um recanto florido, reformaram-se as fachadas de todas as construções que apresentassem alguma imperfeição e por aí seguia o ambicioso projeto. Por onde passava, em sua ronda diária, o ministro do rei anotava os elogios e as reclamações das pessoas, que seriam levadas e analisadas na reunião do fim da tarde.

Uma senhora reclamava que sua vizinha andava brigando muito com o marido e os gritos prejudicavam a paz de todo o quarteirão. Mandava-se avisar que brigas eram proibidas. Naquele reino só se falariam gentilezas.

Um senhor denunciou que o mercado local estava vendendo uma farinha tão ruim, que as cozinheiras e os padeiros não conseguiam fazer um pão que prestasse. O comerciante foi chamado às falas e teve que jogar fora todo seu estoque de farinha misturada com outras porcarias, que faziam aumentar tremendamente o seu lucro de forma desonesta.

O médico foi denunciado por não ouvir pacientemente as queixas dos doentes; o relojoeiro precisou ajustar todos os relógios do lugar, para que todos badalassem juntos, precisamente a cada quinze minutos; os ratos foram caçados e exterminados, as baratas fora liquidadas e os gatos passaram a receber o título de auxiliares do projeto de higiene sanitária, por serem especialistas em caçar essas pragas nefastas. É bem verdade que caçavam outros animais menos perigosos também, mas fazia parte do custo para se alcançar a perfeição.

E as pessoas começaram a gostar das mudanças e a idéia da perfeição passou a fazer parte dos desejos de cada um. Os jardineiros pediram que os engenheiros planejassem chafarizes para embelezar mais ainda as praças floridas. E assim foram desenvolvidas várias maneiras de se captar e distribuir a água das nascentes e rios, o que facilitou a vida de muitos que ainda precisavam carregar água em potes, a longas distâncias.

Cada um queria ter a casa mais bem acabada e confortável do que o vizinho, o que fez com que vários artesãos desenvolvessem novas maneiras de produzir móveis, tapetes, louças, talheres e enfeites em geral.

Os cozinheiros e padeiros esmeravam-se em criar pratos cada vez mais belos e ricos em sabores novos, exigindo ingredientes cada vez mais selecionados. Os agricultores trataram de selecionar melhor suas sementes, pois as hortaliças de má qualidade não atendiam a consumidores tão exigentes.

Os produtores de leite descobriram que as vacas e cabras eram mais generosas na ordenha se recebiam melhor tratamento, o que melhorou muito a vida dessas amigas, antes tratadas de forma desumana.

Enfim, nem mesmo o rei poderia prever o efeito multiplicador daquela sua cisma, que transformou aquele pequeno reino num lugar tão agradável quanto realmente uma idéia, que para todos era um tanto vaga, do paraíso na Terra. Os insatisfeitos foram se retirando e não havia mais necessidade de fiscalização nem de denúncias. Cada um era seu próprio fiscal. Todos trabalhavam pelo bem da comunidade, e o bem daquela comunidade era associado à beleza eficiência e bem-estar.

Neste levar da vida, o rei percebeu que tão magnífico reino merecia um monarca à altura de tão dedicados súditos. Não encontrou em si mesmo as qualidades e virtudes necessárias para continuar ocupando aquela posição tão elevada, pois bem conhecia seus defeitos. E, mesmo com muito empenho, a cada um que ele conseguia corrigir, mais alguns surgiam por debaixo da coroa.

Estava aí a nova cisma, que não anulava a anterior, apenas partia dela. O rei estava obstinado com a idéia da própria imperfeição. Não adiantavam os conselhos do ministro, os carinhos da rainha, os afagos da princesa os pratos elaborados, os divertimentos e os presentes.

O povo daquele lugar não se lembra muito bem do dia em que aquela revolução pela perfeição havia começado, pois foi um começo sutil e discreto. Uma revolução que partiu do próprio rei –o que nunca havia sido esperado por ninguém –e que tão bons frutos trouxera para aquele pequeno país, distante de quase tudo. Mas todos guardam na memória o discurso que ouviram naquela tarde chuvosa. Sua Majestade declarou que, a partir daquele momento cada um seria soberano de si mesmo.

–Vocês mostraram que podem cuidar de tudo perfeitamente, muito mais do que eu jamais imaginei, quando cismei de transformar nosso reino. Hoje vocês não precisam mais de mim como rei e eu não me sinto capaz de sustentar sozinho a coroa, que passo a dividir com cada um dos meus súditos.

Mal terminou seu discurso, reuniu os mais chegados e declarou sua nova cisma: todos os seus familiares deveriam aprender um ofício, pois não poderiam continuar a viver inutilmente. Precisavam trabalhar.

Essa idéia não agradou nem um pouco, pois a vida na corte havia sido durante aquele período de perfeição, o mais perfeito exemplo de viver no céu, que alguém poderia imaginar. Mas uma ordem do rei continuava a ser uma ordem do rei, enquanto ele existisse. Quem não quis se adaptar teve que partir.

As coisas se ajeitaram, de forma extraordinária. A cidade prosperou e a paz reinou, até que as notícias de tão belo viver foram chegando aos reinos distantes, trazendo a curiosidade e a cobiça de muitos, principalmente aqueles que no início haviam partido, por não desejarem se envolver nos novos ideais de perfeição. Enfim, é assim que as coisas são.

Os forasteiros vieram de mansinho e começaram a se instalar, abrir suas lojas, casar suas filhas. Mas tinham outros interesses e os conflitos começaram a aparecer. (continua)